domingo, 11 de março de 2012

Só eu e o mar


Na orla do mar de céu cinza

Praia deserta e solidão infinita

Escrevo teu nome na branca areia

Premido pela saudade imperativa

Que as ondas teimosas vêm apagar.



Conchas e carapaças rolando pra lá e pra cá

Burilando ainda mais o pó de seus antepassados

No contínuo e eterno movimento das marés

Fazem-me observar uma pobre estrela que como eu

Também procura um lugar na imensidão.



Escrevo e de novo meu gesto ingênuo

Na areia impotente a onda vem desmanchar

Este nome que guardo na memória

E que tento esquecer, mas não quero

É muito mais forte que eu.



Como se eu estivesse aprendendo a ler

Meus lábios secos pela maresia o soletram

E meu olhar perdido no horizonte

Onde parece que ele se funde com o mar

Para onde minha ilusão me transporta.



Na vã esperança de rever-te

Só teu nome me sobra

Que mesmo assim o mar não aceita

Nem esse gosto que me confortaria eu tenho

Resta conformar-me e deixá-lo só

Marcado a fogo no meu coração

Isso nem mesmo o sangue conseguirá apagar...

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