Na
orla do mar de céu cinza
Praia
deserta e solidão infinita
Escrevo
teu nome na branca areia
Premido
pela saudade imperativa
Que
as ondas teimosas vêm apagar.
Conchas
e carapaças rolando pra lá e pra cá
Burilando
ainda mais o pó de seus antepassados
No
contínuo e eterno movimento das marés
Fazem-me
observar uma pobre estrela que como eu
Também
procura um lugar na imensidão.
Escrevo
e de novo meu gesto ingênuo
Na
areia impotente a onda vem desmanchar
Este
nome que guardo na memória
E
que tento esquecer, mas não quero
É
muito mais forte que eu.
Como
se eu estivesse aprendendo a ler
Meus
lábios secos pela maresia o soletram
E
meu olhar perdido no horizonte
Onde
parece que ele se funde com o mar
Para
onde minha ilusão me transporta.
Na
vã esperança de rever-te
Só
teu nome me sobra
Que
mesmo assim o mar não aceita
Nem
esse gosto que me confortaria eu tenho
Resta
conformar-me e deixá-lo só
Marcado
a fogo no meu coração
Isso
nem mesmo o sangue conseguirá apagar...
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